Tarifas dos EUA são debatidas no Canadá

A implementação das tarifas dos Estados Unidos, que vigoraram por pouco mais de um dia, foi um dos temas centrais discutidos durante a Convenção Canadense de Culturas, realizada em 5 de março em Edmonton, Alberta. O evento reuniu especialistas do setor agrícola, abordando os impactos das tarifas e as estratégias necessárias para navegar em um cenário de volatilidade crescente, que muda constantemente. 

As tarifas impostas pelo governo dos EUA sobre as importações do Canadá, México e China foram discutidas extensivamente, com participantes do evento enfatizando a importância de lidar com a volatilidade e os riscos inerentes ao mercado. Castillo ressaltou que, apesar do cenário desafiador, há uma oportunidade para inovar e trazer novas ideias para a mesa. “Estamos sedentos por essas ideias”, afirmou, apontando que, embora os tempos sejam difíceis, o espaço para soluções criativas aumentou.

Erin Gowriluk, do Canada Grains Council, também mencionou a crescente colaboração com parceiros americanos, como o American Farm Bureau, a fim de entender as preocupações dos agricultores e pecuaristas dos EUA. Para ela, é essencial continuar construindo relações com essas organizações, que podem influenciar a formulação de políticas nos Estados Unidos. Ela também destacou a importância de fortalecer parcerias internacionais, como com a International Grain Trade Coalition, para demonstrar os impactos das tarifas no comércio global.

O economista Todd Hirsch trouxe uma perspectiva histórica, comparando os atuais desafios com outros eventos catastróficos, como os ataques de 11 de setembro, a crise de 2008 e a pandemia de COVID-19. Para ele, as tarifas terão várias desvantagens para a economia dos EUA, como aumento da inflação e taxas de juros, além de um possível isolamento global. No entanto, Hirsch acredita que a chave para navegar nesse período de incerteza é focar nas conexões humanas. “É a conexão humana que dará à economia resiliência, força e adaptabilidade”, concluiu.